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21 de junho de 2011

Vite! Vite! Vite!

Anos setenta. Religiosamente, todas as quintas-feiras, a minha mãe comprava a "Crónica Feminina". Lembro-me que tinha um folhetim aos quadradinhos mas, o que recordo mais vivamente, no final da dita a "Crónica Infantil", claro está dedicada aos mais pequeninos. Foi aí, nesse espaço que vi pela primeira vez uma história minha em letras de imprensa. Não recordo pormenores, nem lembro a história, ( um dia destes vou ao baú e quem sabe partilho convosco). Mas, lembro sim, a ansiedade de ver ou não, na semana seguinte a publicação. Não. Fiquei triste, teria de escrever outra, mais bonita, vista e revista, sei lá. Mas, na semana seguinte, ali estava, a minha história, para muitos meninos lerem, com o meu nome e idade.
Passaram anos, de muitas histórias escritas, em diários e cadernos de cores.
Era Janeiro e, num dia, por mero acaso, pois não era habitual, à terça-feira, comprei o Diário de Notícias.
E, ali estava ele, o DN Jovem! Um suplemento que publicava textos, desenhos e fotos de jovens que queriam mostrar o seu talento. "Próxima semana tema livre-entrega de trabalhos até ao dia x". Ai que ansiedade! Procurei entre coisas escritas mas não encontrei nada que que fosse digno de, supostamente, ser aceite.
Nessa noite, ao dar o aconchego ao meu filho que já dormia, surgiu, de repente. A minha primeira carta para ele. A esferográfica correu veloz na folha em branco. Li e reli. Reescrevi. Coloquei num envelope e, no dia seguinte, no marco do correio. E, a próxima terça-feira difícil de chegar.
Fui bem cedo comprar o jornal. Emocionada, vi o meu trabalho publicado.
Há uns anos criei um blogue. Sou preguiçosa e irritava-me não conseguir que tudo aparecesse como eu queria. Desisti. Gosto de partilhar e pensei, em alternativa de escrever, anexar em mail e enviar aos amigos...eis que estou aqui!
Embora existam ferramentas que ainda não domino (isto com tempo vai e estou mais paciente!), consegui.
Escrevo o texto, corto aqui, acrescento ali, releio e...clique! Já está! Adiciono no facebook e, de seguida, aparecem comentários, mensagens. Espreito nas "estatísticas" e há gente em três continentes a visualizar. Espectacular! Acreditem, a vontade é escrever mais e mais. E gosto porque me dá enorme prazer.

Nota: Não tenho jeito para títulos, não é só por gostar da língua francesa, mas em francês soa mais rápido.

19 de junho de 2011

"Está tudo bem"

"Está tudo Bem" por Pedro Múrias, Papiro Editora

Enquanto decorreu a apresentação do livro, corriam na minha mente slides de dias esquecidos. Memórias adormecidas. O quanto me cativou a tua escrita no DN-Jovem, a troca de correspondência e, mais tarde a tua presença. Ter conhecido duas pessoas maravilhosas, os teus pais. Senti que estavam ali, orgulhosos de ti. Muitas cartas trocadas que guardo religiosamente, testemunhos do teu sentir.
Passaram anos, muitos anos de ausência. De muitas vidas numa vida.
Ao regressar a casa, peguei no livro e o tempo parou. Ouvi-te sem tempo nem horas marcadas, uma parte a relembrar o que já conhecia, a outra a contares-me de ti nos anos de ausência.
Obrigada Pedro pela partilha.

18 de junho de 2011

Inicio

Gosto das palavras. Escritas. De mim e de outros.
Tenho paixão por cadernos, não resisto a um que por algum motivo, por vezes sem nenhum, compro. E salpico de letras. Um momento. A palavra solta de alguém que se cruzou na rua, dum sorriso por vezes…. Um dia e mais outro. Até ao caderno seguinte. E ficam cadernos iniciados com páginas em branco. Reflexo de mim. Futuros instantes vazios que se vão povoando de surpresas coloridas. A vida deve ser assim.
Não tenho uma ideia definida sobre o salpicar de palavras neste blogue. O que for surgindo. Partilha de instantes. Daqui, dali. Espero que gostem de me acompanhar nesta viagem.