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26 de junho de 2013

ÉVORA numa noite de verão

Évora - Praça do Giraldo
(Fernanda Azougado Junho 2013)













Encontro marcado com o amigo Cupido após o jantar. "Há um bar simpático no Inatel.", "vamos lá, não conheço."
A horas, o abraço frente ao Teatro Garcia Resende. Na esplanada do "Bar do Teatro", quatro, cinco pessoas, usufruindo da noite agradável. Seguimos o nosso destino contornando o Jardim das Canas, Rua de Santa Marta, Largo de Santa Catarina e entrámos na Rua Serpa Pinto.
Ruelas calçadas, silêncios quebrados pelos nossos passos, pelas nossas palavras atropeladas de presente e passado.
E, Inatel fechado! Com sorrisos, subimos à Praça do Giraldo. 
Évora adormecia. Às 22 horas. Numa noite quente de Verão.
A esplanada do café Arcada, a terminar de empilhar cadeiras. Meia dúzia de pessoas passeavam por ali.
Virámos à esquerda e subimos a Rua Nova. Ao cimo, à direita o "Mói-te", bar com esplanada num edifício imponente, com salpicos de gente. "Queres entrar?", respondo que não, que estive ali há dias, gostei, mas queria continuar. Por ruas estreitinhas, prosseguimos.
Évora - Templo de Diana
(Fernanda Azougado Junho 2013)

Templo de Diana. Mágico. Entre as colunas, de brilho baço, misterioso, uma das torres da Sé Catedral.
E, o pequeno jardim, deserto. O quiosque que ali existe, dormindo.
Tirámos fotos, rimos, conversámos. "Será que estamos acordados?"
Contornámos o Templo, descemos em direcção à Sé, descemos a Rua 5 de Outubro e, a meio da rua, discreto...UAU! " O Pateo", bar esplanada, num páteo com árvores e um poço de outras eras.
Ali havia gente. Conversas de várias nacionalidades. Música ambiente, pessoal simpático. Único senão, fecha à meia noite. Mas, conversa agradável não tem lugar nem hora.
Évora - Praça do Giraldo
(Fernanda Azougado Junho 2013)
Descemos à Praça do Giraldo. Algumas pessoas. Poucas.
De regresso ao Teatro Garcia de Resende cruzámo-nos com o mítico "Beato Salu", que interrompeu a sua "oração" para nos cumprimentar.
Durante o nosso percurso, pensei várias vezes, de como seria agradável, neste e naquele lugar, encontrar alguém, solitário, a tocar viola e, recordei, anos atrás, em Barcelona num cantinho junto à Sé, os acordes de uma viola e de uma voz que nos chamaram e, ali ficámos sem horas a ouvi-lo, até parar porque a humidade estava a danificar as cordas.
Se também estávamos adormecidos, foi um sonho aprazível, envolto na magia de Évora numa amena noite de Verão.


9 de junho de 2013

Clarice Lispector - A força das palavras


A hora da estrela - Clarice Lispector na Fundação Calouste Gulbenkian até 23 de junho 2013
(Foto Maria da Luz)
  "O que eu sinto eu não ajo.
   O que ajo não penso
   O que penso não sinto.
   Do que sei sou ignorante.
   Do que sinto não ignoro.
   Não me entendo e ajo como se me entendesse."
A descoberta do mundo


Sentir. Aprofundar. Palavras dentro das palavras. Além das palavras. Escritas. Ditas. Pensadas. Não pensadas. A essência das mesmas. A vibrar, quais cordas que se acariciam, simplesmente. 

Uma Vida. Continuada.